quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A bola, a TV e os 13.

O Corinthians e os grandes clubes de futebol do Rio de Janeiro saíram do Clube dos 13. Dizem, o Palmeiras e outros vem aí. Todos fundadores da entidade, que tinha como proposta inicial a criação de uma liga independente da CBF, autônoma e transparente, e que depois se rendeu às facilidades de ser apenas uma intermediária das negociações de direitos de transmissão do campeonato, livrando-se assim do ônus de ter que organizar a competição. Seria Andrés Sanchez um mártir, guardião dos direitos dos clubes?

Jamais. Seu interesse nada tem a ver com assegurar qualquer legítimo direito de negociar individualmente os direitos de sua agremiação. Assim como não deve ser encarada como vanguardista ou legalista a atitude dos cariocas. Não se engane, nenhum destes está agindo para o bem do futebol brasileiro, como estão (eles mesmos) dizendo. Diz-se, à boca pequena, que trata-se de uma lealdade forçada à TV Globo, que teria lhes adiantado parte do dinheiro referente aos direitos de transmissão, sem sequer ter ganho a concorrência para o próximo triênio. É um jogo de rabo preso, uma manobra ilegal, à margem das vias que colocariam o futebol brasileiro no rumo certo.

Sem dúvida, o melhor dos dois mundos seria a criação da liga, sob administração rotativa dos presidentes dos clubes e com executivos contratados, gestão profissional. Que fosse responsável pela total organização do campeonato, desde aspectos técnicos das quatro linhas, até a geração de imagens e comercialização das mesmas. Com quotas proporcionais ao volume de exibição de cada clube, ou até com divisão igualitária. O Clube dos 13 sobrevive às custas da incapacidade (leia-se falta ou sobra de interesse) dos clubes de se organizarem sozinhos. E tira muito proveito disso. É um escritório com alguns poucos funcionários, baixo custo operacional e responsável por transações que, este ano, atingirão a marca de bilhões de reais, sejam oriundos da fiel fortuna do Bispo, ou da manjada negociata global.

Nessa briga, não há mocinhos ou bandidos. Aconteça o que acontecer, sempre foi e, pelo jeito, continuará sendo cada um por si. No pior sentido e na mesma torta direção.